OSCAR 2015: GAROTA EXEMPLAR

Destacado

1 Indicação: melhor atriz (Rosamund Pike)

Mordomos, perdi um pouco o timing de falar desse filme porque ele já saiu de cartaz, mas está no NET NOW e quem ainda não viu, TEM QUE VER!

É Baseado no livro “Garota Exemplar”, escrito por Gillian Flynn, que também assina o roteiro do filme. Dizem que ela escreve surpreendentemente bem, o que garante alguns bons diálogos ao filme, principalmente os do final. O Filme é do famoso diretor David Fincher e Reese Whiterspoon foi uma das produtoras.

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Eu estava em uma época meio aficionada por personagens (mulheres) fortes, desde que uma amiga minha me mandou assistir a série House Of Cards, para eu ver como a esposa do personagem principal era forte e mantinha o homem dela “comendo em suas mãos” (é feio dizer isso?) apesar de tudo. Haha. Conselhos que as amigas dão nessas noites de conversas de fossa e filosofia sobre homens. Abafa.

Foi essa mesma amiga que me disse pra ver “Garota Exemplar”. O título me pareceu bobo à primeira vista, mas ela me garantiu que não era. E, à segunda análise, já consegui perceber algo bem mais atrativo nele.

Quem não quer ser uma “garota exemplar”? Sem clichês, gente, óbvio. Até porque hoje em dia os anti-heróis é que estão com tudo. Mas toda garota já quis ser, em algum momento da vida, uma mulher dessas infalíveis, que consegue tudo o que quer. “Exemplar”.

O problema é que geralmente essas mulheres são um tanto manipuladoras e calculistas, o que faz com que a maioria de nós não consiga ser que nem elas (graças a Deus, eu acho, né?). Mas que gostamos de aprender algumas coisinhas, ah, gostamos! Quer dizer, pelo menos eu gosto. Quem nunca? Atire a primeira pedra!

E é assim que é a personagem Amy Dunne (Rosamund Pike), que segundo aqueles que leram o livro, obviamente, tem sua psique muito melhor retratada na versão literária.

A sinopse é a seguinte: ela desaparece no dia do seu aniversário de casamento, deixando o marido Nick (Ben Affleck) em apuros. Ele começa a agir descontroladamente, abusando das mentiras, e se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo (Carrie Coon), Nick tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura descobrir o que aconteceu com Amy.

O pano de fundo e razão do título do filme é o livro didático que os pais de Amy, psicólogos, escreveram para distribuição nas escolas dos Estados Unidos, “inspirado” nela: “Amazing Amy”. O Livro, usado em todas as escolas, como forma de educar e ensinar condutas sociais adequadas, fez com que os pais da filha única Amy enriquecessem e ela se tornasse relativamente conhecida. Porém, com o estigma de sempre ter de ser comparada à personagem do Livro.

Achei o filme instigante, aflitivo e surpreendente até o final! É um ótimo SUSPENSE!

A partir daqui, talvez o que vá escrever seja um pouco ######‪#‎SPOILER######### então cuidado! Essa parte é boa pra quem já assistiu ao filme ou leu o livro discutir comigo! Heheh! (Adoro!) – [Comentem, por favor!! Estou sentindo muita falta de comentários nesses posts dos filmes! – desabafo]

É mais uma história de psicopatia daquelas que a gente ama!! Mas a minha amiga Rebeca, que leu o livro, diz que o livro é – como quase sempre – mil vezes melhor! Que você nem chega a ter tanta raiva da personagem principal porque a psicologia dela é trabalhada de uma forma muito mais detalhada, assim como a dos outros personagens. Isso, além do fato de a raiva de Amy ser construída dentro de uma linha evolutiva verossímil, o que nos faz compreendê-la melhor. Parece que, no Livro, um capítulo é o diário de Amy e o outro a versão contada pelo marido Nick, e você vai tirando suas conclusões até que as histórias se cruzam.

Além disso, o Livro explica melhor o fantasma do Livro didático criado pelos pais, já que a Amy do livro era de fato perfeita, com uma conduta sempre irretocável, irrepreensível,  a qual os alunos deveriam seguir, o que, obviamente criava uma exigência e patamar cruéis a serem alçados pela menina.

Li uma crítica interessante pela internet, que dizia que tudo o que Amy faz no filme, ela o faz para se encontrar, para encontrar a real Amy e criar uma vida emocionante de verdade pra ela. É sútil, mas é possível inferir no filme a alegria da personagem ao se tornar a protagonista real de um escândalo verdadeiro criado por ela. Achei legal porque faz sentido. É uma boa análise psicológica da personagem.

Muita gente fica possessa com o final e passa a odiar o filme por causa dele, mas eu amei o filme justamente por causa do final! O filme é uma ficção, mas o ser humano é exatamente assim na vida real, gente: louco e sem coerência alguma.

Como diria Woody Allen, os relacionamentos são insanos, mas continuamos dentro deles, porque precisamos deles.

Amamos o improvável. É assim que somos.

E sobre isso eu só tenho uma coisa a dizer a vocês: “That’s marriage” (!) (Rs.) – Quem viu o filme entenderá.

Bom, tudo isso pra dizer a vocês que recomendo a história! Seja pelo livro ou pelo filme!

Não deixem passar essa!