OSCAR 2015: A BOA MENTIRA

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Gente, essa é uma pegadinha porque esse filme, pelo que eu pesquisei, não está concorrendo a nenhuma categoria do OSCAR 2015 – o que eu acho uma tremenda INJUSTIÇA!

Resolvi falar dele aqui pra vocês porque talvez o meu Oscar desse ano fosse pra ele.

Esse é o filme que eu tenho perturbado toda a minha a família, amigos e conhecidos pra ver – toda santa vez que encontro. Rs.Tô até meio chata por causa dele. Mas é que me tocou muito, gente.

O Filme todo tangencia o conteúdo do seguinte provérbio africano:

“Se quer ir depressa, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado.” ❤

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Baseado em fatos reais, o filme conta a história dos MENINOS PERDIDOS DO SUDÃO, na perspectiva de irmãos que perdem o pai e a mãe numa guerra civil e precisam viajar milhares de quilômetros a pé (e descalços!) até o Quênia, em busca de “vida”. O filme mostra o choque entre a cultura, renda e conhecimento que diferenciam os africanos mais tocantes, puros e amorosos do mundo, da realidade atarefada, impaciente e desconfiada da América. Foi uma lição de vida, que mudou a minha.

“The Good Lie”, em inglês, é o primeiro filme americano do canadense Philippe Falardeau, diretor do premiado O Que Traz Boas Novas. Os produtores do filme contrataram atores sudaneses de fato para a realização do filme. Entre eles, duas antigas crianças-soldados no Sudão: o agora músico de Hip Hop Emmanuel Jal e o modelo Ger Duany.

Após a sofrida jornada em grupo rumo ao Quênia, em que muitos fatos marcantes ocorrem e alguns integrantes se “perdem”, passam-se 13 anos e o filme passa a centrar-se em alguns deles: três homens, Mamere Deng (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (musician Emmanuel Jal), e uma mulher, Abital Deng (Kuoth Wiel). Eles são agraciados ao verem seus nomes na aguardada lista do campo de refugiados do Quênia, como uns daqueles que teriam a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Os 3 homens são acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que, concentrada na dinâmica de sua própria vida, na correria e estresses do dia-a-dia americano, pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Os 3 homens vão comovendo Carrie e os demais personagens do filme aos poucos, com sua fé cristã, seus valores e sua criação baseada em união, transparência e verdade estrita. Em contrapartida, há, obviamente, uma troca, e eles também aprendem a se portar e a se posicionar no mundo norte-americano, bem como a fazer algumas concessões, como é o caso de uma “boa mentira”. Você entende o que é a tal da “boa mentira” no decorrer do filme, de uma forma linda, profunda, comovente e inspiradora. Depois de assistir ao filme todo você compreende quão apropriado é o título escolhido. (#Segredos pra não dar uma de Spoiler)

O filme é especial porque não só põe à prova nossas consciências sobre a capacidade de termos as atitudes que vários personagens têm ao longo do filme, mas nos faz ter vontade de ser capaz de tê-las. Nos faz admirá-los. Fui tocada profundamente.

Fora que a trilha sonora é de arrepiar. Tô apaixonada pelas musiquinhas com um quê de África do filme. E vou deixá-las aqui pra vcs. Não vou deixar link do trailer porque acho que o trailer não tem nada ver com o filme. Portanto, esqueçam o trailer e confiem em mim! Rs. Depois me contem. O filme está no NET NOW no momento.

A primeira música, talvez minha preferida, conta com a participação do músico sudanês que faz o personagem do Paul! Chegou a entrar na lista da Academia dos indicados a melhor canção do Oscar 2015, mas não-sei-por-que-cargas-d’água não entrou! (discordo da Academia, seja lá quais forem os critérios que a deixaram desclassificada! Rs. Obs.: as categorias de melhor trilha sonora original e melhor canção são consideradas as mais “chatinhas”do Oscar, por terem uma série de requisitos que deixam ótimas canções de lado.)

Acho essa BELA e gostosíssima também:

Neste site aqui você encontra todo o soundtrack do filme (A música “The Story Of My Brothers” eu acho que pega bem a essência do filme na letra também e é fofíssima) e informações sobre a fundação que arrecada fundos para a causa dos Meninos Perdidos do Sudão.

Até o próximo filme minha gente!

OSCAR 2015: LIVRE

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Queridos, estou muito empolgada para escrever o nosso primeiro post sobre eles que nos inspiram tanto e fazem a gente fugir um pouco das nossas próprias realidades pra dar uma gás pra próxima temporada dela mesma – a nossa nada mole vida. Rs.

Foi então que nessa pegada do Oscar 2015, que tem um monte de FILMÃO indicado, resolvi fazer um post condensando de tudo o que eu já assisti até agora, pois já era muuuito pra ver, falar, comentar e criticar. MASSSSSS ia ficar muito grande, então decidi dividir e publicar um filme por dia essa semana! Uhulll, legal né? Acho que assim vai ser mais divertido. Vamos tentar ir num ritmo bom e matar a maior quantidade de filmes até o Oscar! Afinal, estamos de dieta né, mordomos!? Por enquanto, viveremos de pipoca! 😉

Mas deixo consignado desde já que estou INDIGNADÍSSIMA com a falta de algumas indicações, como por exemplo, a do filme “A BOA MENTIRA”, cuja trilha sonora africaninha eu fiquei viciada – até corro na esteira com as músicas do filme – e é a que me embala e inspira agora para escrever sobre todos os outros. “A BOA MENTIRA”, mesmo não estando no Oscar 2015, será o post de amanhã, pra pegar o gancho da mesma atriz – Reese Whiterspoon. E porque eu recomendo muito. E porque deveria estar no Oscar. #desculpinhas #desculpasdobem #sóporqueeuquerofalardofilme #eéumaboamentira

Mas vamos começar pelo LIVRE, que eu vi ontem e está mais fresco na cabeça:

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Indicações: melhor atriz (Reese Witherspoon) e melhor atriz coadjuvante (Laura Dern)

Beaseado no livro autobiográfico best-seller da norte-americana Cheryl Strayed, conta a história verídica de uma mulher que, após perder, aos 21 anos, a mãe de câncer, vê-se sem chão, passando a levar uma vida desregulada, de sexo banal e drogas, o que a leva a se divorciar de um homem que amava. A partir daí, e depois de mudar o sobrenome (Strayed = exatraviado, desregulado, perdido) aos 26 anos, em busca de uma nova fase e autoconhecimento, sem experiência alguma no esporte, decide se aventurar por uma trilha de 4.200 Km, que inclui toda a costa oeste dos Estados Unidos, da fronteira com o México até o Canadá, conhecida como “Pacific Crest Trail” (PCT).

O filme é cheio das curiosidades “behind the scenes”, como o fato de que a Cheryl da vida real faz uma participação especial no filme, bem no início, desejando, num duplo sentido bem pensado, boa sorte àquela que viveria o seu personagem nos cinemas. A garotinha que faz a personagem de Cheryl quando criança também é a verdadeira filha da autora do livro! Gostaria de ter sabido dessas informações antes do filme, pois não prestei atenção em nada disso e não achei a parte do “good luck” no youtube pra linkar aqui pra vocês.. 😦

Bom, falando de atuação, para uma indicação de melhor atriz pela academia, a primeira cena com a Reese não me convenceu logo de cara, não. Comentei com os amigos que foram assistir comigo no cinema que eu acho que a Reese é uma dessas atrizes com a imagem tão explorada (no Brasil, tenho a mesma impressão da Deborah Secco, que também é maravilhosa), que a gente demora um tempinho pra se desconectar dos outros personagens dela e entrar na história que ela tá tentando contar daquela vez. Em Livre, ou “Wild”em inglês, pra mim a melhor cena dela como atriz é uma das últimas, momentos antes dela chegar ao seu destino final, quando parece que toda emoção que envolve a história da personagem fica condensada em um só momento, ainda que sutil.

Mas uma coisa legal é saber que ela ganhou o papel depois de disputar com  Jennifer LawrenceScarlett Johansson e Emma Watson, o que fez a Reese desistir do também em cartaz “Grandes Olhos” do Tim Burton, por “Livre”. Só soube disso agora também, e….. é, – a imagem dela é explorada porque ela é boa mesmo, e vai te convencendo disso ao longo do filme, junto com a história da personagem, que te envolve e, no desenrolar do filme, faz tudo, toda aquela trilha, todo aquele esforço solitário fazer sentido e ser compreendido. Isso acontece por meio dos flashbacks que que Cheryl tem durante sua trilha de mais de 3 meses. Outra curiosidade é que  o diretor Jean-Marc Vallée fez com que fossem cobertos todos os espelhos para que Reese não pudesse se ver em nenhum momento durante as filmagens.

A trajetória da personagem em sua trilha é uma comovente tentativa de expurgar seu passado, auto redimir-se e encontrar redenção. O fato de ser baseado em fatos reais também ajuda no envolvimento do expectador e faz com que a gente se sensibilize muito mais, claro. Amo filmes de relatos verídicos.

A Reese também produziu o filme “Livre” e está se revelando uma excelente profissional também atrás das cenas, já que também ajudou a dirigir o filme “Garota Exemplar”(filmaço!!), de que falaremos também nos próximos dias!

A Laura Dern, atriz que, apenas 9 anos mais velha que Reese, faz o papel da mãe de Cheryl e concorre ao prêmio de melhor atriz coadjuvante, também se destaca, pela sutileza com que conta o seu drama, pelo brilho no olhar, pela autenticidade com que conta a história de alguém especial, que deixou saudades, e é o motivo do filme acontecer.

Para ver o trailer clique aqui.

Beijos  e até amanhã! ; )