OSCAR 2015: O JOGO DA IMITAÇÃO

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São 8 indicações ao Oscar! Vamos lá: 1 – melhor filme, 2 – melhor ator (Benedict Cumbertatch), 3 – melhor diretor (Morten Tyldum), 4 – melhor atriz coadjuvante (Keira Knightley), 5 – melhor roteiro adaptado (Graham Moore – estreante! ), 6 – melhor edição (William Goldenberg), 7 – melhor trilha sonora (Alexandre Desplat  – o mesmo que fez a trilha de “O grande Hotel Budapeste”) e 8 – melhor design de produção.

Filmes baseados em fatos reais já saem com uma vantagem na largada, né? E a gente ama! Acho que acabamos nos envolvendo mais sabendo que aquilo aconteceu de fato. A ficção só imita a vida real. Mas não tem jeito, os fatos verídicos são a obra prima mesmo e é impressionante a quantidade de histórias ricas, profundas e emocionantes que existem por aí e jamais foram contadas.

É bem o caso de O JOGO DA IMITAÇÃO. Uma história-que-mudou-a-HISTÓRIA e ficou escondida por mais de 50 anos como um segredo de Estado.

O filme é do famoso diretor norueguês Moten Tyldum, que estreia seu primeiro filme na língua inglesa, para retratar o que se passou (mais uma vez) durante a Segunda Guerra Mundial (eu tenho zero preconceito, gente! Muitas pessoas já estão enfadadas desse tema, mas aconteceu tanta coisa, em tantos países, nesses 6 anos de guerra, que os detalhes são capazes de criar dezenas de filmes com focos muito diferentes uns dos outros!). Dessa vez o cenário é a Inglaterra e a guerra em si é um fator secundário. A intenção central foi contar, em forma de drama, a biografia do matemático Alan Turing.

Nessa época, o governo britânico montou uma equipe que tinha por objetivo quebrar o Enigma – o famoso código que os alemães usavam para enviar mensagens aos submarinos de guerra e comandar seus ataques. Um dos integrantes da equipe foi justamente Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de apenas 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, com pouca habilidade social e consequentes problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que o brilhante Turing, apesar de sua intransigência, conquiste o lugar de liderança da equipe, com o aval do próprio 1o Ministro Churchil. O grande projeto de Turing era construir uma máquina que permitisse analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas algumas horas, de forma que os ingleses pudessem conhecer as ordens enviadas pelos alemães antes que elas fossem executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley) como sua grande aliada e incentivadora.

Graham Moore, que assina o roteiro, sonhava em escrever sobre a vida de Turing desde os seus 14 anos.

O ator escolhido para o papel do lendário personagem foi Benedict Cumberbatch. E não é à toa que foi indicado à categoria de melhor ator. Ele simplesmente arrasa. Praticamente carrega o filme nas costas, sem desmerecer os outros. Mas é inegável que ele se destaca completamente. Cumberbatch é parente distante de Turing na vida real e confessou que em uma das cenas finais do filme não conseguia parar de chorar, chegando a ter um colapso, por, em suas palavras, “ser um ator ou uma pessoa que cresceu incrivelmente apaixonada pelo personagem e pensando o que ele tinha sofrido e como isso tinha lhe afetado.”

INFELIZMENTE NÃO POSSO DAR SPOILER DESSE FILME, mas ao longo do filme os problemas da vida pessoal de Turing vão se revelando, o que torna o filme muito mais interessante! (filmes com contornos psicológicos sempre ganham pontos comigo!)

Posso só dar uma pista?

Tem a ver com o nome que ele dá para sua máquina decifradora do Enigma!

As curiosidades mais legais que pesquisei sobre o filme são:

1 – Alex Lawther, que interpreta o jovem Turing, e Benedict Cumberbatch tiveram que usar cada um, próteses desgastadas no filme, que eram cópias exatas dos dentes falsos de Alan Turing por 60 anos.

2 – O site oficial do filme theimitationgamemovie.com permite que os visitantes desbloqueiem conteúdo exclusivo ao resolver palavras cruzadas concebidas por Turing em sua vida. (haha adoro esses desafios, mas ainda não tentei! Devem ser um bom passatempo, muito melhor que jogar candy crush!)

Segue o Trailer pra vocês 😉

OSCAR 2015: A BOA MENTIRA

Destacado

Gente, essa é uma pegadinha porque esse filme, pelo que eu pesquisei, não está concorrendo a nenhuma categoria do OSCAR 2015 – o que eu acho uma tremenda INJUSTIÇA!

Resolvi falar dele aqui pra vocês porque talvez o meu Oscar desse ano fosse pra ele.

Esse é o filme que eu tenho perturbado toda a minha a família, amigos e conhecidos pra ver – toda santa vez que encontro. Rs.Tô até meio chata por causa dele. Mas é que me tocou muito, gente.

O Filme todo tangencia o conteúdo do seguinte provérbio africano:

“Se quer ir depressa, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado.” ❤

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Baseado em fatos reais, o filme conta a história dos MENINOS PERDIDOS DO SUDÃO, na perspectiva de irmãos que perdem o pai e a mãe numa guerra civil e precisam viajar milhares de quilômetros a pé (e descalços!) até o Quênia, em busca de “vida”. O filme mostra o choque entre a cultura, renda e conhecimento que diferenciam os africanos mais tocantes, puros e amorosos do mundo, da realidade atarefada, impaciente e desconfiada da América. Foi uma lição de vida, que mudou a minha.

“The Good Lie”, em inglês, é o primeiro filme americano do canadense Philippe Falardeau, diretor do premiado O Que Traz Boas Novas. Os produtores do filme contrataram atores sudaneses de fato para a realização do filme. Entre eles, duas antigas crianças-soldados no Sudão: o agora músico de Hip Hop Emmanuel Jal e o modelo Ger Duany.

Após a sofrida jornada em grupo rumo ao Quênia, em que muitos fatos marcantes ocorrem e alguns integrantes se “perdem”, passam-se 13 anos e o filme passa a centrar-se em alguns deles: três homens, Mamere Deng (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (musician Emmanuel Jal), e uma mulher, Abital Deng (Kuoth Wiel). Eles são agraciados ao verem seus nomes na aguardada lista do campo de refugiados do Quênia, como uns daqueles que teriam a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Os 3 homens são acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que, concentrada na dinâmica de sua própria vida, na correria e estresses do dia-a-dia americano, pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Os 3 homens vão comovendo Carrie e os demais personagens do filme aos poucos, com sua fé cristã, seus valores e sua criação baseada em união, transparência e verdade estrita. Em contrapartida, há, obviamente, uma troca, e eles também aprendem a se portar e a se posicionar no mundo norte-americano, bem como a fazer algumas concessões, como é o caso de uma “boa mentira”. Você entende o que é a tal da “boa mentira” no decorrer do filme, de uma forma linda, profunda, comovente e inspiradora. Depois de assistir ao filme todo você compreende quão apropriado é o título escolhido. (#Segredos pra não dar uma de Spoiler)

O filme é especial porque não só põe à prova nossas consciências sobre a capacidade de termos as atitudes que vários personagens têm ao longo do filme, mas nos faz ter vontade de ser capaz de tê-las. Nos faz admirá-los. Fui tocada profundamente.

Fora que a trilha sonora é de arrepiar. Tô apaixonada pelas musiquinhas com um quê de África do filme. E vou deixá-las aqui pra vcs. Não vou deixar link do trailer porque acho que o trailer não tem nada ver com o filme. Portanto, esqueçam o trailer e confiem em mim! Rs. Depois me contem. O filme está no NET NOW no momento.

A primeira música, talvez minha preferida, conta com a participação do músico sudanês que faz o personagem do Paul! Chegou a entrar na lista da Academia dos indicados a melhor canção do Oscar 2015, mas não-sei-por-que-cargas-d’água não entrou! (discordo da Academia, seja lá quais forem os critérios que a deixaram desclassificada! Rs. Obs.: as categorias de melhor trilha sonora original e melhor canção são consideradas as mais “chatinhas”do Oscar, por terem uma série de requisitos que deixam ótimas canções de lado.)

Acho essa BELA e gostosíssima também:

Neste site aqui você encontra todo o soundtrack do filme (A música “The Story Of My Brothers” eu acho que pega bem a essência do filme na letra também e é fofíssima) e informações sobre a fundação que arrecada fundos para a causa dos Meninos Perdidos do Sudão.

Até o próximo filme minha gente!

OSCAR 2015: LIVRE

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Queridos, estou muito empolgada para escrever o nosso primeiro post sobre eles que nos inspiram tanto e fazem a gente fugir um pouco das nossas próprias realidades pra dar uma gás pra próxima temporada dela mesma – a nossa nada mole vida. Rs.

Foi então que nessa pegada do Oscar 2015, que tem um monte de FILMÃO indicado, resolvi fazer um post condensando de tudo o que eu já assisti até agora, pois já era muuuito pra ver, falar, comentar e criticar. MASSSSSS ia ficar muito grande, então decidi dividir e publicar um filme por dia essa semana! Uhulll, legal né? Acho que assim vai ser mais divertido. Vamos tentar ir num ritmo bom e matar a maior quantidade de filmes até o Oscar! Afinal, estamos de dieta né, mordomos!? Por enquanto, viveremos de pipoca! 😉

Mas deixo consignado desde já que estou INDIGNADÍSSIMA com a falta de algumas indicações, como por exemplo, a do filme “A BOA MENTIRA”, cuja trilha sonora africaninha eu fiquei viciada – até corro na esteira com as músicas do filme – e é a que me embala e inspira agora para escrever sobre todos os outros. “A BOA MENTIRA”, mesmo não estando no Oscar 2015, será o post de amanhã, pra pegar o gancho da mesma atriz – Reese Whiterspoon. E porque eu recomendo muito. E porque deveria estar no Oscar. #desculpinhas #desculpasdobem #sóporqueeuquerofalardofilme #eéumaboamentira

Mas vamos começar pelo LIVRE, que eu vi ontem e está mais fresco na cabeça:

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Indicações: melhor atriz (Reese Witherspoon) e melhor atriz coadjuvante (Laura Dern)

Beaseado no livro autobiográfico best-seller da norte-americana Cheryl Strayed, conta a história verídica de uma mulher que, após perder, aos 21 anos, a mãe de câncer, vê-se sem chão, passando a levar uma vida desregulada, de sexo banal e drogas, o que a leva a se divorciar de um homem que amava. A partir daí, e depois de mudar o sobrenome (Strayed = exatraviado, desregulado, perdido) aos 26 anos, em busca de uma nova fase e autoconhecimento, sem experiência alguma no esporte, decide se aventurar por uma trilha de 4.200 Km, que inclui toda a costa oeste dos Estados Unidos, da fronteira com o México até o Canadá, conhecida como “Pacific Crest Trail” (PCT).

O filme é cheio das curiosidades “behind the scenes”, como o fato de que a Cheryl da vida real faz uma participação especial no filme, bem no início, desejando, num duplo sentido bem pensado, boa sorte àquela que viveria o seu personagem nos cinemas. A garotinha que faz a personagem de Cheryl quando criança também é a verdadeira filha da autora do livro! Gostaria de ter sabido dessas informações antes do filme, pois não prestei atenção em nada disso e não achei a parte do “good luck” no youtube pra linkar aqui pra vocês.. 😦

Bom, falando de atuação, para uma indicação de melhor atriz pela academia, a primeira cena com a Reese não me convenceu logo de cara, não. Comentei com os amigos que foram assistir comigo no cinema que eu acho que a Reese é uma dessas atrizes com a imagem tão explorada (no Brasil, tenho a mesma impressão da Deborah Secco, que também é maravilhosa), que a gente demora um tempinho pra se desconectar dos outros personagens dela e entrar na história que ela tá tentando contar daquela vez. Em Livre, ou “Wild”em inglês, pra mim a melhor cena dela como atriz é uma das últimas, momentos antes dela chegar ao seu destino final, quando parece que toda emoção que envolve a história da personagem fica condensada em um só momento, ainda que sutil.

Mas uma coisa legal é saber que ela ganhou o papel depois de disputar com  Jennifer LawrenceScarlett Johansson e Emma Watson, o que fez a Reese desistir do também em cartaz “Grandes Olhos” do Tim Burton, por “Livre”. Só soube disso agora também, e….. é, – a imagem dela é explorada porque ela é boa mesmo, e vai te convencendo disso ao longo do filme, junto com a história da personagem, que te envolve e, no desenrolar do filme, faz tudo, toda aquela trilha, todo aquele esforço solitário fazer sentido e ser compreendido. Isso acontece por meio dos flashbacks que que Cheryl tem durante sua trilha de mais de 3 meses. Outra curiosidade é que  o diretor Jean-Marc Vallée fez com que fossem cobertos todos os espelhos para que Reese não pudesse se ver em nenhum momento durante as filmagens.

A trajetória da personagem em sua trilha é uma comovente tentativa de expurgar seu passado, auto redimir-se e encontrar redenção. O fato de ser baseado em fatos reais também ajuda no envolvimento do expectador e faz com que a gente se sensibilize muito mais, claro. Amo filmes de relatos verídicos.

A Reese também produziu o filme “Livre” e está se revelando uma excelente profissional também atrás das cenas, já que também ajudou a dirigir o filme “Garota Exemplar”(filmaço!!), de que falaremos também nos próximos dias!

A Laura Dern, atriz que, apenas 9 anos mais velha que Reese, faz o papel da mãe de Cheryl e concorre ao prêmio de melhor atriz coadjuvante, também se destaca, pela sutileza com que conta o seu drama, pelo brilho no olhar, pela autenticidade com que conta a história de alguém especial, que deixou saudades, e é o motivo do filme acontecer.

Para ver o trailer clique aqui.

Beijos  e até amanhã! ; )