OSCAR 2015: INVENCÍVEL (UNBROKEN)

Destacado

3 indicações: fotografia, edição de som, mixagem de som

A diretora ANGELINA JOLIE está bolada que não foi indicado a Melhor Filme e eu também!

O filme é baseado no livro homônimo e best-seller de 500 páginas da Laura Hillenbrand e conta a história verídica de Louie Zamperini, um filho de imigrantes italianos e corredor olímpico que, que depois de ter um acidente com seu avião de guerra e ficar 47 dias à deriva com 2 amigos, em mar aberto, é capturado pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial.

Achei Jack O’Connell, escolhido para ser o protagonista, incrível, irretocável, apesar de haver quem o tenha criticado.

Em relação às críticas que li, concordo apenas que o ator que interpreta o carrasco e algoz japonês de Zamperini, Takamasa Ishihara (personagem Watanabe) deixou a desejar.

Ainda em relação aos críticos que ficaram insatisfeitos em razão de o filme não contar fatos relevantes do Livro, bom, eu não entendo de cinema, mas acho que deve ser difícil mesmo condensar 500 páginas de uma história riquíssima em alguns minutos de filme.

E, pra mim, foi daqueles que assim que acabam você corre pro Google pra saber mais. E mais. Ao contrário do que muitos possam pensar, não é mais um filme de guerra, é um filme de superação pessoal, redenção e perdão. Achei lindo, tocante, emocionante. Até dos clichês: “um minuto de dor, para uma vida de glória”, eu gostei. Rs.

**SPOILER ALERT**

A história real e completa da vida de Zamperini é de arrepiar, mas Angelina preferiu concentrar-se nos anos de guerra. Tal como aparece no trailer, em determinado momento, o personagem principal decide entregar sua vida à Cristo, o que se concretiza alguns anos depois guerra, ajudando-o a superar todos os choques pós traumáticos em razão da guerra. Angelina parece ter optado por não destrinchar essa parte da história pra não cair na polêmica do conteúdo religioso, o que talvez tenha feito sabiamente, e apenas enunciou a questão objetivamente.

Pesquisando sobre a vida do Atleta achei os seguintes trechos sobre a história real nesse site português.

Segue trecho:

“Louis Silvie Zamperini nasceu em 1914 em Olean, estado de Nova Iorque, filho de imigrantes – o pai, italiano; a mãe, austro-italiana. Ainda muito novo, mudou-se com a família para a Califórnia, onde se instalaram na cidade de Torrance. Para se defender das constantes provocações de que era alvo na escola devido à sua condição de filho de imigrantes, o pai iniciou-o nos segredos do boxe. Abriu, sem querer, uma caixa de Pandora que quase levaria Louie à prisão.

Depois do primeiro soco, o miúdo de apelido e sotaque italiano deixou-se inebriar pela sensação de poder que lhe dava a violência. Ele que já era um artista dos pequenos furtos (muitos deles, reconheça-se, apenas para pregar partidas), tornou-se num rufião. Saía de casa, roubava, batia. “Tive a sorte de ter um irmão [mais velho] que me apontou o caminho. Sem ele, acho que nunca teria conseguido fugir à vida que levava. Acho que nunca teria sido ninguém na vida.”

Um dia, o irmão Pete pegou em Louie e levou-o até um sítio onde estavam “uns tipos a trabalhar ao sol, a darem cabo do físico por meia dúzia de tostões”. Louie relembra este episódio como uma das poucas coisas que realmente o assustaram na vida. “O Pete disse-me que um dia eu me juntaria a eles; que, se não mudasse de vida, ia ser um inútil.” Foi então que surgiu o atletismo. Pete corria, Louie – que nesse dia tivera a sua primeira grande revelação – seguiu-lhe as pisadas e a sua vida mudou para sempre. “Nessa noite, fiquei acordado durante horas. Decidi que iria ser atleta. Tinha de ter um futuro!”

E começou a correr. Bom, correr era coisa que ele sempre tinha feito, quanto mais não fosse para se escapar rapidamente, e indetectado, das cenas que armava… Só que os treinos eram diferentes. Doíam. “O meu irmão dizia-me sempre: “A última volta é a sofrer, mas é um minuto de dor para uma vida de glória!”” Custou, ao princípio. Até que um dia Louie ouviu o seu nome gritado das bancadas. E gostou. A partir daí, soube que a recompensa valia o sacrifício.

[….]

 Mais do que qualquer outro episódio, este marcou a vida de Louie. Depois da guerra, o veterano Zamperini continuou a reviver, em pesadelos, noite após noite, aquele momento. Vivia afogado pelo ódio, bebia cada vez mais, arquitectava planos para regressar ao Japão e matar Watanabe. Casara-se e tinha uma filha, mas a família começou a desagregar-se. A guerra acabara cá fora, mas não na sua cabeça.

E então veio a segunda revelação. Um dia, arrastado pela mulher, Cynthia (que conhecera em Março de 1946), Louie foi assistir a um sermão do pregador evangelista Billy Graham. De repente, nesse dia de Outubro de 1949, tudo fez sentido. “Acredito que Deus tinha um plano para a minha vida. Olhando para tudo o que me aconteceu… Acho que só percebi quando ouvi Billy Graham, foi então que percebi que tinha sobrevivido por alguma razão. Percebi que Deus queria que eu fizesse alguma coisa e comecei a fazê-lo.”

De um momento para o outro, Louie percebeu que estava em paz. “Dei-me conta de que tinha perdoado a todos os meus antigos guardas, ao Pássaro, toda a gente. Era toda uma nova vida e tenho-a seguido desde então. A guerra quase me destruiu, tinha pesadelos todas as noites… depois de ter chegado a Cristo, nunca mais tive pesadelos”, conta. Reencontrou os guardas (excepto Watanabe, que recusou vê-lo) quando foi convidado para transportar a tocha olímpica dos Jogos Olímpicos de Inverno em Nagano (1998). “Foi um momento muito emotivo. As pessoas, o cenário, tudo tão belo e gracioso, foi o dia mais feliz da minha vida…”

O entrevistador aponta que uma de suas marcas é o bom humor, ele ria e fazia piadas a toda hora durante a entrevista. “Sempre achei que o bom humor é tudo. Toda a minha achei. Tentei sempre manter o espírito, o sentido de humor, até quando estava no hospital, no campo de concentração. Acho que estar bem-disposto e ter uma boa atitude é o segredo para uma boa saúde e longevidade. O humor faz bem ao nosso sistema imunitário. A Bíblia diz que devemos ter sempre uma atitude positiva, alegre. E sempre fiz isso.”- afirmou ele em certo momento da entrevista.

Zamperini só conseguia ler um capítulo do Livro por dia, porque se emocionava demais. Nas palestras, prefere não ver o vídeo que antecede a sua intervenção, pelo mesmo motivo. Ele ofereceu uma de suas medalhas de condecoração militar à escritora de sua biografia, Laura Hillenbrand, depois de saber que ela sofria de fadiga crônica há 25/30 anos, por achar que ela a merecia mais do que ele.      

OSCAR 2015: BOYHOOD, DA INFÂNCIA À JUVENTUDE

Destacado

Ia deixar pra escrever sobre esse Filme mais pra frente, mas o filme me incomodou tanto que ontem à noite praticamente não consegui dormir tentando justificar a mim mesma pela péssima impressão que tive de um filme aclamado por tanta gente, e mais, que concorre à categoria de Melhor Filme do ano pela Academia, incluindo melhor roteiro; melhor montagem; melhores ator e atriz coadjuvantes – Ethan Hawke e Patricia Arquette; melhor diretor – Richard Linklater – o mesmo da trilogia Antes do Amanhecer (1995), Antes do Pôr-do-Sol (2004) e Antes da Meia-Noite (2013);  e melhor roteiro original.

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O escritor americano Stephen King, responsável pela Obra “À Espera de Um Milagre”, que deu origem ao filme homônimo, já dizia: “Interesso-me por pessoas boas em situações ruins, pessoas comuns em situações extraordinárias.” Em Boyhood, não acontece nem um nem outro. Nem pessoas destacáveis ou especiais, nem situações extraordinárias. Talvez esta tenha sido a intenção do diretor Richard Linklater quando optou pela trivialidade de contar a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane).

Sua ideia era montar uma narrativa fictícia que percorresse a vida de um menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, analisando a sua relação com os pais conforme ele fosse amadurecendo. O filme foi rodado ao longe de reais 12 anos, em segredo,  Todo ano, o diretor reunia a equipe por alguns dias e filmava algumas cenas. O processo começou em 2002, com o filme ficando pronto em 2014. Foram 45 dias de filmagens no total. A ideia é genial e é de fato interessante perceber o crescimento dos personagens diante dos nossos olhos, de forma extremamente sutil, já que não há nenhum aviso sobre as passagens de tempo, num espaço de 3 horas. Algumas curiosidades interessantes sobre o filme são:

1 – o fato de que a personagem Samantha (Lorelei Linklater), que faz a irmã do personagem principal, Mason, é filha do diretor, e apesar dela ser boa atriz e ser uma das personagens com mais luz própria em todo o filme, a escolha dela tornou os laços biológicos muito inverossímeis, já que ela não tem nada a ver fisicamente com os demais membros da família. No meio das filmagens ela queria desistir do filme e pediu para seu pai inventar um acidente que a matasse, mas o diretor não concordou e ela teve de prosseguir (adolescentes! Rs.)

2 – o artista de rua que aparece tocando violão no filme é o pai de Ellar Coltrane, Bruce Salmon.

Bem, palmas para a ideia. Palmas para o comprometimento do diretor e dos atores, que são de fato todos muito bons. Ok. Mas e a história?

A produção do filme tinha como escopo uma ficção, não um documentário. E como é o propósito de toda ficção, eu procurava momentos de entretenimento. Emoção. Admiração. Inspiração. Reflexão. Uma sacudida que fosse. Um puxão de orelha. Até uma lição de moral clichê tava valendo. Qualquer dessas coisas.

Não tive nada disso. Nem catarse eu tive. Foram momentos de história rasa e entediante.

Explico. Ou tento.

E Volto à frase do Stephen King lá de cima. Gostaria de ver algo inusitado. Mas achei o enredo tão sacal quanto a reação e o comportamento dos personagens diante daquela vida morna. Que a vida é dura todos nós sabemos. Mas vivo sob a perspectiva de tentar fazer sempre do limão uma limonada. Uma caipirinha. Um capisakê. Um picolé. Qualquer coisa que torne a vida menos azeda. A tarefa é nossa. A responsabilidade é nossa. O que me entretém e me faz entrar em transe tanto na vida como no mundo da ficção é me deparar com pessoas coloridas, criativas e iluminadas, que mantêm a presença de espírito apesar das circunstâncias. Eu sei que às vezes é difícil, e não queria ser muito dura na crítica ao filme, pois toda arte (ou quase toda) tem seu valor. Mas é a gente que pinta a vida. É o nosso olhar que muda o entorno. “Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será bom” – tá na Bíblia. Rs. Fui criada assim e isso pra mim é básico.

Falando em bom, chega de filosofia e de lições de moral que podem parecer pretensiosas.O fato é que eu senti muita falta desse “olhar” na trama.

**SPOILER ALERT**

A mãe Olivia (Patricia Arquete) e o filho Mason (Ellar Coltrane) eram – ou se tornaram – pessoas sombrias. A melancolia da personagem Olivia desde, e, principalmente, no início do filme, me irritou e me contaminou. A vida não precisava ser daquele jeito. Ela era guerreira e uma mãe dedicada? Era. Mas se casou com pessoas sacais e tão sem brilho quanto ela, que em nada a acrescentaram. Assim como não acrescentaram a mim, expectadora. Ela tava tentando acertar? Claro que tava. Como todos nós na vida. Mas tenho o palpite de que ela teria sido mais feliz se tivesse tido paciência pra lidar com a imaturidade do marido e pai dos seus filhos – que eu acho que era quem ela realmente amava – para o ver chegar, ao lado dela, ao estado de espírito e evolução que o vemos chegar ao final do filme. Ela pelo menos teria feito algo mais profundo por ela mesma, o que talvez evitasse a frase triste, vazia e desesperançosa que ela diz, aos prantos, no final.

Bom, sei que é difícil julgar uma personagem extremamente madura e altruísta, que abdicou muitas vezes da própria vida pra tentar dar o melhor aos filhos (clichês da vida real). E sei que “e ses..” não levam a nada. A vida é mesmo cheia deles. Fazemos escolhas. Assim como foram feitas escolhas no filme. Mas sabe quando você tem impresão de que até se fosse sua melhor amiga contando essa história você ficaria entendiada? Digo, nem sei se sua melhor amiga contaria essa história pra alguém, porque não tem nada demais. É uma vida vazia e sem propósito, sem brilho. Então, porque levá-la ao cinema? Fazê-la dela um filme?

Não estou dizendo que só gosto de finais felizes ou algo do gênero. Aprecio muito filmes trágicos, dramáticos e pessimistas também. Mas Boyhood não foi trágico. Não foi dramático. Foi apenas insosso, sem brilho. Achei pessimista – na perspectiva da mãe – que foi a que mais me chamou a atenção – não na dos filhos talvez, que ainda tinham um monte de vida pela frente. Só que não era um pessimismo satírico e humorístico como Woody Allen sabe fazer como ninguém. Talvez o enredo pudesse ser exatamente como foi, mas com um roteiro e diálogos em que os personagens rissem de si mesmos. O famoso “não se levar tão a sério”. Isso é fundamental pra vida, gente. Ou que pelo menos a gente pudesse rir deles.

Talvez a trilha sonora também pudesse ter sido mais emocionante, mais tocante, não sei, qualquer coisa que tirasse a monotonia do filme.

Estou tentando encontrar o erro, sabe? O defeito? Jogo dos setes erros? Porque realmente saí pesada do cinema. Pior que pesada, vazia. Desesperançosa. Com preguiça de envelhecer. Com preguiça do futuro. E esse, obviamente, não é o objetivo quando a gente vai ao cinema.

Foi uma sensação de: “cara, se a vida for isso, me tira daqui urgente que eu quero descer!” Haha

Só estou mais feliz agora porque pude escrever aqui e desabafar com vocês.

Alguém me entende? Me apoia? Discorda? Qualquer coisa que me faça tirar o peso que o filme me trouxe?

OSCAR 2015: A BOA MENTIRA

Destacado

Gente, essa é uma pegadinha porque esse filme, pelo que eu pesquisei, não está concorrendo a nenhuma categoria do OSCAR 2015 – o que eu acho uma tremenda INJUSTIÇA!

Resolvi falar dele aqui pra vocês porque talvez o meu Oscar desse ano fosse pra ele.

Esse é o filme que eu tenho perturbado toda a minha a família, amigos e conhecidos pra ver – toda santa vez que encontro. Rs.Tô até meio chata por causa dele. Mas é que me tocou muito, gente.

O Filme todo tangencia o conteúdo do seguinte provérbio africano:

“Se quer ir depressa, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado.” ❤

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Baseado em fatos reais, o filme conta a história dos MENINOS PERDIDOS DO SUDÃO, na perspectiva de irmãos que perdem o pai e a mãe numa guerra civil e precisam viajar milhares de quilômetros a pé (e descalços!) até o Quênia, em busca de “vida”. O filme mostra o choque entre a cultura, renda e conhecimento que diferenciam os africanos mais tocantes, puros e amorosos do mundo, da realidade atarefada, impaciente e desconfiada da América. Foi uma lição de vida, que mudou a minha.

“The Good Lie”, em inglês, é o primeiro filme americano do canadense Philippe Falardeau, diretor do premiado O Que Traz Boas Novas. Os produtores do filme contrataram atores sudaneses de fato para a realização do filme. Entre eles, duas antigas crianças-soldados no Sudão: o agora músico de Hip Hop Emmanuel Jal e o modelo Ger Duany.

Após a sofrida jornada em grupo rumo ao Quênia, em que muitos fatos marcantes ocorrem e alguns integrantes se “perdem”, passam-se 13 anos e o filme passa a centrar-se em alguns deles: três homens, Mamere Deng (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (musician Emmanuel Jal), e uma mulher, Abital Deng (Kuoth Wiel). Eles são agraciados ao verem seus nomes na aguardada lista do campo de refugiados do Quênia, como uns daqueles que teriam a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Os 3 homens são acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que, concentrada na dinâmica de sua própria vida, na correria e estresses do dia-a-dia americano, pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Os 3 homens vão comovendo Carrie e os demais personagens do filme aos poucos, com sua fé cristã, seus valores e sua criação baseada em união, transparência e verdade estrita. Em contrapartida, há, obviamente, uma troca, e eles também aprendem a se portar e a se posicionar no mundo norte-americano, bem como a fazer algumas concessões, como é o caso de uma “boa mentira”. Você entende o que é a tal da “boa mentira” no decorrer do filme, de uma forma linda, profunda, comovente e inspiradora. Depois de assistir ao filme todo você compreende quão apropriado é o título escolhido. (#Segredos pra não dar uma de Spoiler)

O filme é especial porque não só põe à prova nossas consciências sobre a capacidade de termos as atitudes que vários personagens têm ao longo do filme, mas nos faz ter vontade de ser capaz de tê-las. Nos faz admirá-los. Fui tocada profundamente.

Fora que a trilha sonora é de arrepiar. Tô apaixonada pelas musiquinhas com um quê de África do filme. E vou deixá-las aqui pra vcs. Não vou deixar link do trailer porque acho que o trailer não tem nada ver com o filme. Portanto, esqueçam o trailer e confiem em mim! Rs. Depois me contem. O filme está no NET NOW no momento.

A primeira música, talvez minha preferida, conta com a participação do músico sudanês que faz o personagem do Paul! Chegou a entrar na lista da Academia dos indicados a melhor canção do Oscar 2015, mas não-sei-por-que-cargas-d’água não entrou! (discordo da Academia, seja lá quais forem os critérios que a deixaram desclassificada! Rs. Obs.: as categorias de melhor trilha sonora original e melhor canção são consideradas as mais “chatinhas”do Oscar, por terem uma série de requisitos que deixam ótimas canções de lado.)

Acho essa BELA e gostosíssima também:

Neste site aqui você encontra todo o soundtrack do filme (A música “The Story Of My Brothers” eu acho que pega bem a essência do filme na letra também e é fofíssima) e informações sobre a fundação que arrecada fundos para a causa dos Meninos Perdidos do Sudão.

Até o próximo filme minha gente!

OSCAR 2015: LIVRE

Destacado

Queridos, estou muito empolgada para escrever o nosso primeiro post sobre eles que nos inspiram tanto e fazem a gente fugir um pouco das nossas próprias realidades pra dar uma gás pra próxima temporada dela mesma – a nossa nada mole vida. Rs.

Foi então que nessa pegada do Oscar 2015, que tem um monte de FILMÃO indicado, resolvi fazer um post condensando de tudo o que eu já assisti até agora, pois já era muuuito pra ver, falar, comentar e criticar. MASSSSSS ia ficar muito grande, então decidi dividir e publicar um filme por dia essa semana! Uhulll, legal né? Acho que assim vai ser mais divertido. Vamos tentar ir num ritmo bom e matar a maior quantidade de filmes até o Oscar! Afinal, estamos de dieta né, mordomos!? Por enquanto, viveremos de pipoca! 😉

Mas deixo consignado desde já que estou INDIGNADÍSSIMA com a falta de algumas indicações, como por exemplo, a do filme “A BOA MENTIRA”, cuja trilha sonora africaninha eu fiquei viciada – até corro na esteira com as músicas do filme – e é a que me embala e inspira agora para escrever sobre todos os outros. “A BOA MENTIRA”, mesmo não estando no Oscar 2015, será o post de amanhã, pra pegar o gancho da mesma atriz – Reese Whiterspoon. E porque eu recomendo muito. E porque deveria estar no Oscar. #desculpinhas #desculpasdobem #sóporqueeuquerofalardofilme #eéumaboamentira

Mas vamos começar pelo LIVRE, que eu vi ontem e está mais fresco na cabeça:

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Indicações: melhor atriz (Reese Witherspoon) e melhor atriz coadjuvante (Laura Dern)

Beaseado no livro autobiográfico best-seller da norte-americana Cheryl Strayed, conta a história verídica de uma mulher que, após perder, aos 21 anos, a mãe de câncer, vê-se sem chão, passando a levar uma vida desregulada, de sexo banal e drogas, o que a leva a se divorciar de um homem que amava. A partir daí, e depois de mudar o sobrenome (Strayed = exatraviado, desregulado, perdido) aos 26 anos, em busca de uma nova fase e autoconhecimento, sem experiência alguma no esporte, decide se aventurar por uma trilha de 4.200 Km, que inclui toda a costa oeste dos Estados Unidos, da fronteira com o México até o Canadá, conhecida como “Pacific Crest Trail” (PCT).

O filme é cheio das curiosidades “behind the scenes”, como o fato de que a Cheryl da vida real faz uma participação especial no filme, bem no início, desejando, num duplo sentido bem pensado, boa sorte àquela que viveria o seu personagem nos cinemas. A garotinha que faz a personagem de Cheryl quando criança também é a verdadeira filha da autora do livro! Gostaria de ter sabido dessas informações antes do filme, pois não prestei atenção em nada disso e não achei a parte do “good luck” no youtube pra linkar aqui pra vocês.. 😦

Bom, falando de atuação, para uma indicação de melhor atriz pela academia, a primeira cena com a Reese não me convenceu logo de cara, não. Comentei com os amigos que foram assistir comigo no cinema que eu acho que a Reese é uma dessas atrizes com a imagem tão explorada (no Brasil, tenho a mesma impressão da Deborah Secco, que também é maravilhosa), que a gente demora um tempinho pra se desconectar dos outros personagens dela e entrar na história que ela tá tentando contar daquela vez. Em Livre, ou “Wild”em inglês, pra mim a melhor cena dela como atriz é uma das últimas, momentos antes dela chegar ao seu destino final, quando parece que toda emoção que envolve a história da personagem fica condensada em um só momento, ainda que sutil.

Mas uma coisa legal é saber que ela ganhou o papel depois de disputar com  Jennifer LawrenceScarlett Johansson e Emma Watson, o que fez a Reese desistir do também em cartaz “Grandes Olhos” do Tim Burton, por “Livre”. Só soube disso agora também, e….. é, – a imagem dela é explorada porque ela é boa mesmo, e vai te convencendo disso ao longo do filme, junto com a história da personagem, que te envolve e, no desenrolar do filme, faz tudo, toda aquela trilha, todo aquele esforço solitário fazer sentido e ser compreendido. Isso acontece por meio dos flashbacks que que Cheryl tem durante sua trilha de mais de 3 meses. Outra curiosidade é que  o diretor Jean-Marc Vallée fez com que fossem cobertos todos os espelhos para que Reese não pudesse se ver em nenhum momento durante as filmagens.

A trajetória da personagem em sua trilha é uma comovente tentativa de expurgar seu passado, auto redimir-se e encontrar redenção. O fato de ser baseado em fatos reais também ajuda no envolvimento do expectador e faz com que a gente se sensibilize muito mais, claro. Amo filmes de relatos verídicos.

A Reese também produziu o filme “Livre” e está se revelando uma excelente profissional também atrás das cenas, já que também ajudou a dirigir o filme “Garota Exemplar”(filmaço!!), de que falaremos também nos próximos dias!

A Laura Dern, atriz que, apenas 9 anos mais velha que Reese, faz o papel da mãe de Cheryl e concorre ao prêmio de melhor atriz coadjuvante, também se destaca, pela sutileza com que conta o seu drama, pelo brilho no olhar, pela autenticidade com que conta a história de alguém especial, que deixou saudades, e é o motivo do filme acontecer.

Para ver o trailer clique aqui.

Beijos  e até amanhã! ; )

DIETA NA TERRA DOS BIGODES!

Destacado

Promessa é dívida, então aqui vai a dieta Portuguesa para os pouco interessados em comida!

Agilizei porque a minha amiga Rebeca está por lá e pode precisar de nós, mordomos! Como não quero deixá-la em apuros, aqui vou eu:

Em LISBOA:

1 – Museu do Azulejo

Eu achei lindo e inspirador, até pra quem gosta de decoração! Dá pra fazer tudo com azulejo! Impressionante. Além de ser a cara de Portugal. Qualquer boteco em Portugal é cheio de azulejos lindos nas paredes. Mas a onda começou com um antigo Rei que gostava dessa moda e encomendou quantidades absurdas que adentraram o país. Mas é uma arte e tá super na moda, né? Super em alta. Melhor momento pra ir ver o tanto de coisas que há “sobre” azulejos. Lembrem de ir até o 3o andar, onde há uma faixa gigante de azulejos que ocupam mais de uma parede inteira, com uma pintura da cidade toda de Lisboa, com todos os pontos turísticos! É bom, inclusive, pros primeiros dias de viagem! Vc tem um mapa grandão ali pra escolher seus pontos preferidos! Ah! Recomendo um café em frente ao maravilhoso jardim do museu (última foto).

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2 – Oceanário

É a coisa mais linda que eu já vi na vida! O aquário principal é do tamanho de uma tela de cinema! Só que cúbica! Poderia ficar horas ali, sentada, olhando, viajando e me deixando levar pelos sentidos. Vimos desde de tubarões até medusas, passando por cavalos marinhos! E aprendemos muito sobre os 4 oceanos do planeta! Eles fazem a ambientação perfeita de cada um! Incrível, poético e muito informativo! Achei IMPERDÍVEL! Outro dado curioso, é que eles estimulam muito o vegetarianismo e o não consumo de peixes. Eles dão uma série de explicações e acho interessante conhecê-las para futuros debates.

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3 – Baixo-Chiado

É o bairro mais charmoso de Lisboa. Acho imprescindível andar pelas lojas (lá tem todas as melhores marcas!) e passar pelos pitorescos restaurantes (nem que seja pra comer uma saladinha ou uma sopa! – descobri com pessoal do meu yôga – Método De Rose – que tem uma unidade no Chiado, em Lisboa -que Portugal é famoso por fazer ótimas sopas!) pra sentir o clima do que há de melhor e mais badalado em Lisboa.

Esse sorvete do Amorino do Chiado é apenas representativo, mordomos fitters, não briguem comigo! Rs – Mas que vale sair da dieta por ele, ah, vale!

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No INTERIOR DE PORTUGAL:

Porque o interior de Portugal consegue ser mais lindo que Lisboa.

1 – Cidade de Cascais

É uma graça! Vale muito o passeio! E é petinho de Lisboa! 30 minutos de carro.

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2 – Cidade de Monsaraz

Foi uma das finalistas para ser considerada uma das 7 maravilhas de Portugal! É perto de Évora! Delícia!

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Espero estar dando uma boa luz (ou boas luzes!) aos viajantes!

Beijos!!

DIETA EM LONDRES!

Queridos,

Resolvi subdividir o Post de Londres que estava todo na categoria GASTRONOMIA e passar a parte “MAGRA” pra cá! Já que criamos a nova categoria (e hashtag) #santamordomiadedieta. Assim fica mais organizado e os fazedores de regime não precisam ser tentados com gostosuras! Melhor, né?

ADENDOS LONDRINOS AOS MORDOMOS DE DIETA! 😉:

1 – Não se esqueçam de dar uma volta na Loja de departamentos LIBERTY – é fashion, é trendy, é linda, é inusitada. Outro dado curioso que um amigo meu que já morou em Londres me contou no instagram, é que o prédio foi todo construído com a madeira de duas fragatas chamadas Liberty. Os navios foram desmontados e o prédio construído. É possível perceber isso pelos detalhes da madeira, se bem observados. No subsolo do prédio, onde fica a seção de calçados masculinos atualmente, tem um quadro famoso dos navios! 😉

Mas é cara, heim: nível “$$$$$”.

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2 – Se gostarem das famosas maletas SATCHEL BAGS, não se esqueçam de comprar, pois só tem lojas próprias no Reino Unido, e só nessas lojas que eles grifam as suas iniciais!

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3 – Procurem shows pra assistir. Quando eu estava lá, estava passando “Os Miseráveis”; “Billy Eliot”; “Dançando na Chuva” e a estréia do Cirque du Soleil Kooza no The Royal Abert Hall, que é um teatro maravilhoso. Só fomos no último, mas gostaria de ter ido a outros!

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O UMBIGO DO OUTRO.

Destacado

Animais. É isso que somos. Mamíferos placentários que desde o nascimento são marcados pelo umbigo. O próprio umbigo. O cordão umbilical é cortado e lá teremos aquela cicatriz, que fica pra sempre, pra nos lembrarmos da nossa condição de selvagens.

A vida inteira somos animais procurando o nosso espaço, as nossas vontades, os nossos gostos, as nossas comidas, o nosso amor – querendo encontrar e afirmar as nossas complexas personalidades. Com a diferença de que a nossa espécie – humana e privilegiada – foi presenteada com a capacidade de pensar mais elaboradamente, e de olhar com mais atenção para o umbigo do outro. Nesta ordem. Primeiro um, depois o outro.

Eu sei, isso demora. Pelo menos pra maioria. Me incluo nela. A necessidade desse olhar a gente descobre cedo. Os adultos ensinam aquele animalzinho de menos de 1,20 de altura a não azucrinar o coleguinha de óculos da escola, a não jogar bolinha de papel na professora, a pedir licença, a pedir desculpas. Eu sei, eu sei, regras. Assunto chato. Já tô parando. Já já chego onde quero.

A serenidade é um ideal. Difícil abafar o animal latente que há em nós. Nos emocionamos e concordamos com a sabedoria do provérbio de Salomão, que manda na lata a verdade, nua e crua: “tire um orgulhoso da sala, e não haverá brigas”. Pergunta-se: será que ele não era orgulhoso? Nem um pouquinho? Será que era mesmo tão evoluído? Será que conseguia auto domar-se com perfeição? Controlar seus instintos mais primitivos com constância?

A verdade é que tem gente que consegue se sair bem nessa tarefa. Eu conheço. E quero ser igual quando crescer.

Quando era pequena tinha medo de isso significar fraqueza – culpa da mídia, certeza. Entre a sem-graça, a desgraça e a nem-de-graça, eu só tinha pavor de ser a sem-graça. Acho que minha mãe se arrepende de ter rogado a Deus pra não ter filhas pombocas, pois imagino que não deva ter sido fácil lidar com 3 animaizinhos de sexo feminino – o que pode piorar um pouco as coisas – dentro de casa.

Tô deixando de achar tão-máximo-assim as mocinhas mimadas do cinema hollywoodiano, cheias de caprichos, orgulho e vontades, com suas poses e chiliques de donzela em apuros, pra dar valor às donzelas que se preocupam em se importar com o umbigo do outro. Que transigem. Que cedem para o bem do convívio geral. Que escutam. Que veem com benevolência a cicatriz do umbigo do outro. Gente fácil, sabe? Que tenta descomplicar. É essa gente que é lembrada. Amada. Que ganha poesia linda no epitáfio. É essa gente que tem ganhado a minha admiração e os meus suspiros. De verdade. Gente de verdadeiro brio.

E, o melhor de tudo, vai por mim – tô descobrindo que dá pra fazer isso sem precisar ser pomboca ou sem-graça. Desviar o olhar do nosso próprio umbigo, ser complacente, calar quando é preciso, observar e falar com calma nas horas difíceis é algo que divide espaço muitíssimo bem com um papel de protagonista solar, de alma brilhante, colorida, divertida e criativa. E é nessa junção que reside o verdadeiro poder. E é assim que nascem seres apaixonantes.

Chega a ser evidente que esse é o símbolo real da evolução da espécie, não? Tão óbvio que o princípio cristão do amor-ao-próximo só poderia nos favorecer. E é tão difícil de enquadrar. Às vezes doloroso de pôr em prática. Todo começo é difícil, vai. Mas tenho o grande palpite de que vale a pena tentar. Não é à toa que Manoel Carlos já confessou em entrevista que a característica que o inspira, encanta e mantém a intercessão entre as Helenas de suas novelas é a resignação, posto que divina, arrebatadora. E – se te faltavam argumentos – os machos piram.

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